domingo, 13 de junho de 2010
dor.
Ela chegou em casa, exausta por um dia daqueles. Ela nem pensou em nada, apenas subiu as escadas correndo e foi para o seu quarto onde mergulhou na cama após jogar sua pesada mochila no chão. E ficou ali por um longo tempo, imóvel. Finalmente ela estava livre e sozinha em seu quarto, aquilo trazia alívio de alguma forma, mas ao mesmo tempo deixava mais espaço para que seus pensamentos vagassem e isso poderia ser muito doloroso. Querer muito não pensar em algo não nos tras o poder de não pensar naquilo, foi o que ela descobriu, deitada ali, enquanto, quanto mais se esforçava para esquecer tudo aquilo, mais isso se tornava exatamente o que não saía de sua mente. E como aquilo doía. Era algo muito mais intenso do que uma dor superficial, era algo tão profundo e inascessível que ela não conseguia achar um modo de alcançar aquela dor, agarrá-la com todas as forças e jogá-la para bem longe, de onde ela nunca mais voltaria. Era aquele tipo de dor que não vai embora e que, a cada vez que algo minimamente feliz tenta nos alegrar, insiste em se tornar mais forte que isso, tornando cada tentativa de felicidade em algo muito mais doloroso do que simplesmente a ausência dela. Algumas lágrimas saíram de seus olhos e escorregaram pelo seu rosto, mas não era o suficiente, ela precisaria de derramar rios de lágrimas até conseguir se sentir um pouco aliviada de tudo aquilo, mas ela simplesmente não conseguia derramar nada mais do que uma ou outra lágrima, o que tornava tudo aquilo pior. Então ela fechou os olhos e tentou sonhar, o que ela mais queria era poder deixar tudo para tras e ir para aquele lugar em que aqueles sonhos seriam muito mais do que simples desejos em sua mente.
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